
Um dia a sutil beleza da infância, que de tão frágil, como todas as mais valiosas coisas, morre aos poucos - ou talvez morre de tal lenta forma por guardar em si algo divido, e portanto muito forte - me perguntou se eu tinha medo. E sem esperar respostas disse, com toda a serenidade de um velho sábio "Tenho medo de tudo: bruxa, escuro, fantasma, barata e baleia", sem nunca ter visto a última.
Há algo realmente paradoxal em ser criança!
Que triste... Hoje tenho muito medo do nada: medo de mim, do silêncio, da chuva. De tudo que há em cada ausência de tudo, de tudo que há em uma reticências e numa folha em branco, que aos poucos perde sua dignidade poética ao serem adicionadas as palavras.
Hoje tenho muito medo do só. Só esse vazio me conforta
.
Um comentário:
Com o tempo percebi que os medos são caudados justamente por essa incompletitude que nos preenche. É. O tal vazio.
Hoje tenho medo do incompleto. Ele me faz sentir tão inválido...
Abração, meu velho! x)
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