segunda-feira, abril 13, 2009

fones de ouvido


Sempre muito me interessaram os inícios, onde pouco se sabe e a calma inocente governa os fatos e os seres que os constituem; onde não existe complicação ou filas bancárias, apenas calma... Paz fria de inverno. Mas os diálogos e os olhares problemáticos e coadjuvantes nos atraem como ímas, e a sedução está em se complicar, nos acordar do infinito em que nos mergulhamos anteriormente. A ausência de simplicidade chega a ser tão prazerosa que indispensável se torna.

Então nos julgamos indestrutíveis. E nos distroem - com direito a música, explosões e tudo. O filme de nossas vidas por um momento se mostra triste, algumas pessoas tapam os olhos preservando na mente os bons momentos iniciais. Mas a nostalgia dura pouco, é o fim. As coisas se resolveram e voltam ao normal ao mesmo tempo, nos preparando para uma nova tsunami de sensações.

Imagino que todos os finais sejam assim. Espirais luminosos que fundem o pincípio ao fim e a energia que a luz consome são os meios. Que os fins justifiquem e apaguem os meios, como páginas rasgadas ou memória perdida... os fones de ouvido dizem agora: Respiro. E eu não estou só! este ponto final é a mais fiel compania.

2 comentários:

chico disse...

é bem verdade que alguns começos na verdade nunca terminam, prolongam-se até o que o fim começe. queimar algumas etapas só prolonga o ato final e, talvez, complicar seja o maior incêndio possível.

(:

Anônimo disse...

Meus comentários talvez já se tenham tornado suspeitos, visto que a cada postagem fico coberto de uma nostalgia no mínimo entorpecente (não, ela não morreu nas escadas, e assim ponho-me a cobrir-lhe de elogios. Sinceros e espontâneos, teimo em dizer. =]

Não comentei logo após o aviso de postagem nova porque em vez de comentar acabei dando a vc aquele velho abraço via depoimento. xD

"Que os fins justifiquem e apaguem os meios, como páginas rasgadas ou memória perdida..."

Dessa parte eu fiquei muito fã! Não que eu não tenha ficado fã do restante do texto, obviamente. É que essa parte traduz muita coisa que penso. Ou desejo, até.

"Mas a nostalgia dura pouco, é o fim"

Eu prefiro não optar por tapar os olhos preservando na mente os bons momentos iniciais. Seja o que for. Gosto de enfrentar as coisas presentes. Sejam boas ou ruins.


"E eu não estou só! Este ponto final é a mais fiel companhia."

É. Só ele para nos dar certeza de algo.