sábado, junho 02, 2012

Sertão dos Pequeninos

    Eterno Pai, por Tu que estás em cada planta que morre, em todo riacho que seca, fazei crescer nuvens no céu do Sertão!
    Bondoso Deus, Tu que és a Verdade, e estás em todos os pequenos, como podereis não estar em cada bicho morto, de costelas quase expostas por entre um couro seco? Como podereis não estar em cada bicho que quase morre, de sangue seco escaldante e olhos baixos que se rendem, como se estivessem vencidos, como se já estivessem mortos e a vida fosse só um gota d'água que se evapora? Por Tu mesmo, que estás neles, escurecei as nuvens do Sertão!
    Divina Luz, que se fez carne e habitou entre nós, lembra-te da dor que sentistes, de todas as vezes que tivestes fome! Como podereis Tu não estar em todos os homens, nas mulheres, nas crianças, que sobrevivem - sim, graças também a Ti - mas que choram todas as noites? O milho está seco, água clara faz tempo não se vê... Por Tu mesmo, que estás nesses homens, fazei com que chorem também as nuvens!
    E dessa água que cai por amor, somente amor, frutifique a terra, renasçam bichos, plantas e homens novos. Que dos rios, pelo mesmo amor renascidos, possam morrer também as águas, vaporizadas, para que, feito nuvens, possam morrer de novo... Por amor, somente amor, tua assinatura na Terra, escrita por entre os homens, mulheres e crianças, que choram e que hoje te pedem: fazei chover no Sertão dos pequeninos!
   

ANÁLISE SOBRE UMA IMAGEM

http://oblognovodegustavo.blogspot.com.br/2012/06/imagem-de-cecilia.html<<<< eis o link.