Não escrevo mais uma linha só de bom agrado.
Talvez foi a tristeza que eu perdi,
Talvez foi a tristeza que se perdeu.
Talvez eu faça uma cena
Eu faça um samba
Eu fale um poema;
E eu rime e eu cante
Hoje mais que antes.
Sem saudade, sem vontade, sem problema.
Talvez nem ligue.
(E esse meu dom de terminar como se não tivesse terminado, como se já tivesse falado das flores e das cortinas que se abrem)
Abre as cortinas pra mim,
Que a andorinha está passando
Que o dia não costuma esperar.
Abre as cortinas e as coxias pra mim,
Que Deus gosta de pregar peças
Que o que é de bem não se esconde
E não tem palco nem palhaço que não conte.
Estou talvez a ouvir uma pitanga, enquanto a vida passa junto à nuvem. Pensando que o tempo é mesmo bom e o que o sol é um solo de xilofone. E o corpo e a alma seguem um estatuto da felicidade que ninguém disse. Minha vontade se conta e se distribui com o vento. O mesmo que me leva, que me rouba, que me deixa sem chapéu.
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