quinta-feira, maio 26, 2011

Contraindicado para os que não lêem seres humanos



Se existem pessoas diferentes é porque existem diferenças. E elas são simbolicamente anteriores a qualquer indivíduo – que se conheça, pelo menos.

Genética, Biologia, Sociologia, Economia, Bulimia, Anemia, Apatia? Não. As diferenças de caráter excludente são primeiras impressões. E são só isso! Quando se mergulha no outro, as semelhanças se tornam nítidas: mesmos sonhos, mesmos medos, mesmos sorrisos – diferentes ângulos, quem sabe... Clichês à parte, basta enxergar a semelhança “Ser Humano” para metade das diferenças parecerem mínimas, quase imperceptíveis.

É então que, passadas as surpresas do novo, jogar o jogo da relevância se torna necessário. O que é relevante? Beleza, inteligência? Etiqueta, inteligência? Carteira, inteligência? Sobrenome ou inteligência?

Têm coisas que se resolvem com oportunidade. Para outras existe maquiagem! E assim o mundo, cheio de pernas, anda. A “aurora é coletiva”, e “tudo marcha para a arquitetura perfeita”. Pedra ao lado de pedra – são mãos que se balançam.

E se por ti persistirem os olhares tortos, a bula deverá ser consultada. Não aquela de letras miúdas... A que se esconde em qualquer lugar perto do intestino e que grita todos os sentidos e contraindicações de que somos feitos.

terça-feira, maio 24, 2011

É COMPLICADO COMPLICAR-SE


Reprovei na anatomia dos sonhos.
Não sou muito bom em dissecar forma, separar estrutura de sentido, estudar o átomo e esquecer-se das ondas.
Ondas de mar ou de luz também me dizem respeito.
Sou infravermelho, raio-x, tsunami.

Reprovei pelo não entendimento-
Do sonho, do sentido, das minhas próprias vísceras.
Vidas de olhos e de vísceras inteiras ainda me dizem respeito.
Sou espera, promessa, cochilo breve.

E o espelho diz:
Entre as coxias e o palco há um espaço ridículo,
De homens e de olhos tortos sem refletores!

Mas acende-se um fósforo na alma e pronto: sorriso furta-cor.

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segunda-feira, maio 09, 2011

A MORTE DA BEZERRA ME INTERESSA


Nos dias muito claros, de pensamentos e nuvens brancas, qualquer movimento de folhas verdes – ou secas, que sejam – me diz respeito. É quando um cochicho de olhos semiabertos é quase tão real quanto a Teoria da Relatividade... Embora ache que há uma conspiração em cada sussuro.

O que não tem importância é quase tão divertido quanto abrir a boca enquanto se toma um banho de chuva – mesmo que não se beba um só gole d´água. E a morte da bezerra é como a pedra no meio do caminho que foi um dia notada por alguém sem destino. Não a grande pedra. Não aquela pedra. É a pedra chutada, atirada contra o pássaro, esquecida.

A morte da bezerra é a morte para o óbvio.



Obviamente!


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