sábado, julho 26, 2008

Morte e Vida (meu amor em pó, solúvel)


Me disseram que o amor é uma saudade constante, sem egoísmo nenhum. Também disseram que faz com que as coisas passem como se não passassem, imortalizando-as em sentimentos tais. Acredito eu que o dono de tais palavras respirava amor, sentia amor, vivia dele, com ele e para ele... Em fim, o ser amante era o próprio amor, em comunhão tão perfeita capaz de enganar até os mais atentos olhos.

Que me perdoe respectivo emissor, mas para mim não passam de pensamentos de pálpebras fechadas, que com um complexo emaranhado de cílios adormece cada neurônio. Um a um, caindo como peças de um dominó enfileirado. É quando o sono dos ingênuos desperta um fluxo minunciosamente calculado que inunda até os mais desconhecidos lugares, num misto de teoria e realidade que dispensam qualquer transporte ativo, visto que se propaga de desejo e é energizado por emoção.

E no momento em que das veias pulam melodias surdas e que quase dos olhos brotam lágrimas, a fiel aliança dos cílios se rompe. As pálpebras tornam a se abrir e a pupila diminui, precisa e frágil se exposta aos raios solares. Os neurônios então acordam, e os atos, palpáveis que são, fluem no que denominamos rotina.

Amor proibido? Não. Incoveniente.




Um comentário:

Anônimo disse...

Eta caramba, Gustavo! Eta caramba, mesmo! Eu já nem sei o que falar nos comentários.


Palavras inconvenientes? Não. Insuficentes.

Vc tem usado expressões e metáforas geniais e inimagináveis, emaranhado as palavras de maneira única, enfim... Impressionante.

Vc é dos melhores, meu velho, teimo em dizer. E não desistirei.

Parabéns. Pelo texto. E pelo seu dia. xD

Abraço.