quarta-feira, outubro 15, 2008

Sentimento atômico descrito em simples palavras


É engraçado como o acaso acontece. De repente, e não mais que isso, decide-se sair de casa. Talvez para dançar - ou nem isso quando o barulho não se enquandra no substantivo música - e então de repente; de novo não mais que isso, dois corpos se encontram num quase-diálogo de um quase-encontro. Ainda mais engraçado é quando as memórias se chocam; a mesma cena se repete diversas vezes ainda que com uma margem de erro de espaço, tempo ou por simples incapacidade mental no que se refere a recordações.

Ainda me lembro quando meu corpo vibrava, com a força de todos as mínimas estruturas atômicas, ao pensar naquele ser, daquele dia, naquela música. As frases são refeitas e os dias acabam num mesmo propósito e com uma única oração: Que os meus átomos vibrassem na mesma sintonia que os seus, e que grudados ou não, estivessem juntos.

Assim os meus neurônios sensatos - as partes que, não deixando de serem constituídas por átomos, tomam as decisões - tentaram uma comunicação a distância com o ser desejado, e sem alarmes e sem surpresas constataram que os átomos seus ainda não vibravam, e se vibravam não permitiam que assim fosse. Foi então que meu corpo como um todo tentou achar em outros a felicidade encontrada naquele, mas nenhum tinha o mesmo timbre, o mesmo lábio, a mesma cor. E quando a idéia tristemente se encaminhava ao esquecimento, o impossível aconteceu.

Meus lábios estavam agora junto aos seus, nos peitos ardiam um sentimento e nas mentes ecoavam sete letras, de tal modo que hoje não consigo me ver senão junto à pele sua, e no arrepio facilmente me imagino de mãos dadas na areia da praia, ou voando num crepúsculo divino da simplicidade de um vale no interior do mundo. E no interior do meu peito não encontro nada além dela. Sou dela, ainda que nunca faça sentido.

P.S.: Eu te amo

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