segunda-feira, junho 06, 2011

MEUS DIAS LINDOS (Porque Drummond, filho de uma mãe, já escreveu os dias lindos sem possessividade)



Tem dias que eu acordo e vejo notas musicais penduradas nas núvens. São dias realmentente muito lindos! É como se todos os olhares fossem metade bom dia, metade tranquilidade. E o remelexo quase bruto do ônibus, uma dança cósmica de batimentos cardíacos propagados pelos sete universos. As mãos que me pedem esmola parecem plumas, e quase dá para sentir o sorriso dos dedos para cada centavo que tilinta quando é fortemente agarrado.

É nesses dias que as piadas são absurdamente engraçadas – E mesmo as coisas mais sérias. É quando o riso não é transgressor, nem progressista, porque antes de ser riso é sorriso, identificação, juventude. Nos dias de notas musicais fáceis, a identidade é tão completa que nem a dúvida duvida. E os pássaros também cantam sorte em todos os fios elétricos da cidade. E se chove é uma sinfonia sintonizada de pessoas que compartilham guarda-chuvas.

Mas, se me pergunta, no fim desses dias o que eu ganho? Sono, oras! Dias lindos não se acumulam. E só são lindos porque passam, quase que simplesmente...

2 comentários:

Anônimo disse...

Amanhã quem sabe seja um dia lindo. Quem sabe seja um dia raro. Ou um dia frio e morno como as manhãs de um sábado sem objetivo.

Porém, meus dias lindos costumam ser apoéticos. Geralmente não fico consigo exprimir minha felicidade da maneira desejada.

Aquele abraço!

Índia disse...

Achei lindo!