segunda-feira, dezembro 05, 2011
O SISO E TODOS OS OLHOS
Tem olhos bonitos, de modo que, sem espelhos, não tem beleza alguma. Os olhos não se olham, nem quando piscam. (E, meu Deus, como dói o siso!)
Os outros olhos o vêem como alguém destemido, uma pessoa de decisão, até certo ponto sisuda. O que lhe dá uma pluralidade um tanto singular: é verdade, os próprios olhos, quando olham, enxergam-se nisso.
Então eles piscam. Então não há planos - em um parecer assim disfarçado.
E assim parece fugir das frustrações. (Meu Deus, como tic-taca o cérebro!)
Logo os olhos se abrem de novo em uma fração incontável de tempo. Enxerga-se azul na água, verde de árvore grande, brilho amarelo de sol. (E o siso ainda dói, o cérebro tic-taca. Faz-se uns planos, arquiteta-se um esconderijo para a esperança).
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Um comentário:
Quanta beleza e sutileza apenas na abstração de um olhar!
Digo sem o menor risco que atualmente você tem um dom inesgotável, uma vez que é capaz de ver diferença até entre dois grãos de areia, encontrando parágrafos de reflexão acerca de como somos iguais a distância, em meio à multidão, e distintos por trás de um olhar!
aquele abraço, irmão! de seu inúmero fã
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