terça-feira, setembro 21, 2010

O HOMEM CRU - Esquecer, e avante!


Se perguntarem porque eu escrevo, eu direi, sem muitas surpresas, que escrevo porque desejo que as ideias se libertem em palavras que dificilmente seriam ditas. Ou que as que nunca seriam ditas possam ser tão comuns quanto as conversas de elevadores - o que no fundo dá a mesma coisa!
Mas se perguntarem porque dificilmente escrevo sobre aquilo que mais me intriga, direi que é porque temo que as coisas ditas se tornem reais, ou que retornem à realidade que as pariu.
E se, por insistência, perguntarem porque acredito em tais supertições tão íntimas e infantis, direi que há crendisse para tudo. Há os que crêem na vida, os que crêem que há vida na morte e os que crêem que a vida já é a própria morte...
Há os que pensam na sorte e crêem no azar, os que pensam no azar e crêem na sorte. Há os que crêem em Deus e há os que crêem na poesia. Para estes, a própria existência é a poesia... Mas a poesia não se limita à própria existência. É o que faz o indivíduo eterno ou João Brandão.
E se me perguntarem no que creio... Perguntarei eu desta vez: Ora, mas porque não procura o que fazer?

2 comentários:

Gustavo Monteiro disse...

PS.: Jõao Brandão é personagem do conjunto de crônicas de Drummond chamado "Corrente da Sorte".
E o "Esquecer, e avante!" é um verso criado por esse personagem...
Vale a pena ler!

Anônimo disse...

Sou fascinado [no comment tenho que me conter, né?] por cada final de postagem seu. Com esse não seria diferente.

Vivemos a busca eterna pelo indefinido. O importante é buscar. Ainda que se ache, é preciso perder-se em si mesmo para se encontrar em meio ao vago. E assim sobrevivemos.

Grande abraço