quarta-feira, outubro 13, 2010

DAS TRADIÇÕES


Faz dez meses que eu tentei escrever um manifesto sobre as tradições alagoanas que se perdem na modernidade dos tempos. Mas talvez por sono ou falta de conhecimento naquilo que escrevia, deixei o último período do texto sem pontuação alguma; nem vírgula nem ponto – muito menos ponto e vírgula.
Acontece que escrevia, com a ajuda de minha avó, sobre o pastoril: aquela competição entre azuis e vermelhos que muito tenho ouvido falar embora nunca tenha visto. Segundo ela, tratava-se de dois grupos de meninas com um menino apenas presente. Eram as azuis e as encarnadas, enquanto o menino era neutro digamos assim, e se não me falha a memória.
Enquanto disputavam quem seria o melhor grupo, cantavam rimas muito bonitas sobre a beleza e função das respectivas cores representadas por figuras que iam de borboletas a ciganas. Então encantavam o público alvo que, não raro, depositava dinheiro em um dos grupos que saía vencedor caso tivesse o maior saldo.
Então me pergunto: e hoje cadê?
Ouvi dizer que algumas senhoras se reúnem para outras senhoras e cantam e dançam como uma forma de sanar a frustração de não terem cantado e dançado enquanto jovens.
E assim como o pastoril, o guerreiro, lendário para mim em que já estive, mas só em foto, onde está?
Dizem muito que a fé é aquilo que não se vê, mas em que se acredita. Sendo assim tenho fé na cultura, na educação e na própria fé, que existem sim, mas que lutam ainda (ou então agora) para continuar. E continuam e sobrevivem porque nem costumam, nem devem faiá.

Um comentário:

Anônimo disse...

É verdade. Se eu fosse seu professor de redação te dava dez de boas. kkkkkkkkkk

Levarei esse seu conceito de fé pro resto da vida. Na prática. x)

Abração!