Procuro o vazio para me sentir grande, esvazio-me. Procuro a completude, sinto-me então pequeno. E de pequeno, sinto-me grande, sinto-me muitos, sinto-me.
Só quero lembrar de me querer pequeno - a memória fraqueja e os joelhos doem.
Doem-me os joelhos e eu me esqueço que dor é pequenez. Mas só me doem os joelhos, na mente eu sigo tranquilo. Então dói-me não doer. De esquecer esqueço-me: quando vi já fui sem vale, sem volante, sem violão.
Escrevo frases curtas, tão longas quanto os meus tempos de lembrança e esquecimento.
Encurto-me. E sou pequeno de novo.
E sou-me só, mas sou tantos, conectados todos por fios de vida. Sou. Com vários pontos, que muito bem poderiam ser vírgulas. E os fios de outro - ora ao sol, ora à minha sombra - fazem-se mais vivos, então fazem-me enorme, depois apenas me fazem.
2 comentários:
Irmão, seu jogo de palavras é verdadeiramente impressionante. Enquanto eu, reles mortal, procurava jogar com palavras ultrarromânticas ou 'augustianas', você me aparece com jogos tão sutis e tão geniais!
Sério, é até difícil explicar. Se tem algo de que nunca hesitei em ter te chamado foi de alquimista. Não é de agora, e pelo que vejo, vai havendo aperfeiçoamentos cada vez mais perfeitos! É fantástico, fantástico!
Você não deve nada a poeta nenhum, irmão. A poeta nenhum!
Aquele abraço, irmão! (mais alguma coisa que nunca me arrependi de ter te chamado! =D)
Gustavo!
Como prometido, aqui estou. Asseguro que passarei por aqui com uma frequência maior... quero poder deixar com constância a minha marquinha como forma de admiração. Sim, admiração por sua belíssima escrita, que sabe tocar o leitor, levando-o a refletir minuciosamente. É como se as palavras cravassem na mente (e talvez até no peito) de uma forma bonita, diferente. Não, meu caro, não é exagero da minha parte. Falo aqui com o coração, não duvides disso. Porque... ''sou tantos, conectados todos por fios de vida''. *-*
Continue a escrever... e claro, a encantar o momento de leitura dos seus ledores.
Um abraço!
http://universoliterario.blogspot.com/
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