sábado, novembro 05, 2011

Uma árvore, talvez pequena

 
   Quero conhecer os meus frutos para vir a conhecer a minha árvore. Será que dou frutos doentes que parecem doces? Ou será que são os meus frutos bons que parecem amargos demais? Será que são relativas também as papilas gustativas?
   Se o parecer é um perecer, o que é, enfim? E se o perecer é um frutificar, como frutificar e permanecer? Quem sabe meus frutos tantos sejam mesmo muitos - doces e amargos, doentes ou maduros. Sinto-me mais como a formiga do que como a árvore que sou. E eu me arrasto, engatinhando com seis pernas, sob um tronco onde meus olhos de inseto não vêem onde termina nem por onde começa. E como formiga eu carrego as folhas, meço as palavras, em um contentar-se mais que contente (há uma felicidade grande em fazer o que é preciso, enquanto se nutre a seiva).
   E engatinhar, nutrir e preparar enquanto é possível. É passivo mesmo o ser do tempo.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança." (Gálatas 5:22)